sexta-feira, 24 de março de 2017

OS PEQUENOS POEMAS DE ATÉ 140 TOQUES MORRERAM.

Acredito que meus 19 leitores acostumaram-se com a publicação todos os dias de um pequeno poema meu de até 140 toques. Começou acidentalmente. Depois acostumei-me. Não que eu escrevesse unicamente para colocar no tuíter. Não. Iniciei uma experiência poética que ainda não sei avaliar o resultado. Assim como fiz com a poesia portugueses. Dediquei-me à poesia de Portugal por longos 15 anos, o que resultou em 17 livros com a temática da poesia portuguesa, o ritmo, a melodia, as palavras, a elaboração do poema, etc. Todos publicados em Portugal. O último livro dessa experiência, "19 elegias da mão esquerda", será publicado em Portugal no mês de outubro. Quanto aos pequenos poemas de até 140 toques a experiência esgotou. Escrevi muito. Todos os dias escolhia um poema para colocar no tuíter. Mas acabou. Estou escrevendo um novo livro que vai chamar-se "O colecionador de pedras" e sinto que a produção desses pequenos poemas está prejudicando esse novo livro que está na minha cabeça. Tudo que vou escrever termina em 140 toques. Chegou a hora de me livrar disso. Lembro-me que quando escrevi "67 sonetos para uma Rainha", publicado só Portugal. Esse livro demorou longo tempo para ser concluído. Eu só falava em decassílabo, tal a marca que os sonetos me colocaram no pensamento, as dez sílabas rimadas, contadas, com um ritmo dos mais difíceis da literatura poética do mundo. Precisei me dar um tempo para me livrar das dez sílabas dos sonetos. É o que acontece agora. Talvez, em algum momento, eu coloque um pequeno poema. Mas não posso mais passar a vida escrevendo poemas assim. Então informo aos meus 19 leitores que essa experiência acabou. Vou novamente me dar um tempo. Vou escrever no tuíter o que me for possível. Valeu a experiência. Vou agora avaliar todo o material que escrevi ao longo desse tempo todo. Se o resultado for bom, farei um livro que já tem até nome: "301 pequenos poemas azuis". Vamos ver no que vai dar. Este ano retomarei tudo que deixei de fazer em 2016, quando, por motivo de saúde, tive de adiar tudo. Para este ano tenho "De mãos dadas", que escrevi com a poeta espanhola minha tradutora Montserrat Villar González. Sairá na Espanha e no México e também aqui no Brasil, com os poemas da Montserrat traduzidos por mim para o português. Sairá também outro livro que escrevi com a poeta Thereza Christina Rocque da Motta, que vive no Rio de Janeiro. Chama-se "A palavra que minha mão não consegue escrever". Depois "19 elegias da mão esquerda" em Portugal, em outubro. E, a seguir, mais 2 livros na Espanha. Também em outubro participarei com uma leitura de poemas do Encontro de Poetas Iberoamericanos, em Salamanca, com poetas de vários países. Já está tudo programado. Espero retomar 2016 que para mim não existiu. Em 2016 só participei de antologias internacionais, que não exigiam minha presença. A que mais me orgulha é uma antologia com mais de 200 poetas do mundo. Chama-se "No, rasignación" e trata da violência contra a mulher. Só por isso talvez 2016 tenha valido, mesmo tendo sido tão adverso para mim. 

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