quarta-feira, 6 de abril de 2016
O CAOS NA ESCURIDÃO
Os dias estão difíceis de viver. Cada vez mais. Uma guerra civil não declarada. Eu não acredito em mais ninguém na política, em mais nada. O Brasil está sem governo há quase um ano e meio. Isso chega a ser inacreditável. Quem não concorda com a corrupção e com a ladroagem dos que aí estão no poder são chamados de "fascistas". O Brasil conseguiu desgastar até a palavra "golpe". Cada vez que vejo o ex-presidente Lula falar e fazer seus discursos de gente doente da cabeça, de maneira alucinada, eu me perguntou o que sou como um simples cidadão de quinta categoria. Não sou nada. Um homem que fala só para plateias favoráveis e é aplaudido de pé pelas asneiras que diz. Agora, para se proteger, vai assumir a Casa Civil do governo que não é governo. A Rainha da Inglaterra não sabe mais o que fazer da vida. E é bom que não saiba mesmo. Agora a feira livre de cargos públicos em troca de votos contra o impeachement está aberta para os bandoleiros. Descaradamente. É troca de cargos por voto. Mas, afinal, que país é este em que vivemos? É um deboche. Um grande deboche que ainda vai longe. Um partido que tanto prometeu ao país - e eu participei dessa pregação - que, no poder, mostrou sua verdadeira cara. São ladrões do dinheiro público. Facínoras. Quando a gente vê um Renan Calheiros aconselhando o governo é porque nada mais há a fazer. Perdemos a vergonha. Sou um cidadão sem ânimo. Gostaria mesmo de ir embora do Brasil. E confesso que digo isso sem tristeza nenhuma. Não dá mais para viver num país assim. Não dá. Fora isso, recebi a informação com muitas fotos, que estudantes da Universidade de Coimbra estão se mobilizando para cassar o título de "Doutor Honoris Causa" concedido ao senhor Luiz Inácio Lula da Silva, quando ele era presidente. Já houve manifestações nas ruas da universidade. As faixas e cartazes mostravam a cara de Lula com enormes orelhas de um burro. Acho que o burro não merece essa comparação. Além das grandes orelhas do salvador da pátria brasileira, a palavra corrupto estava em todo lugar. Para mim foi um alento.
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Caro amigo Álvaro,espero que estejas bem.
ResponderExcluirGostaria,se possível,que voce postasse um
comentário a respeito do atual momento.
Acho que para nós,seus leitores,seria bem
interessante sua opinião.
Apesar de conhecer sua posição a respeito
desses políticos e desse governo,sua opinião
é muito relevante para o atual momento.
Grande abraço.
Descobri através de seus livros que ele é um profundo intelectual, simples e sobretudo modesto, com fortes convicções e caráter firme. Como tal, nunca obedeceu às modas,jamais se fingiu de idiota, para colher aplausos fáceis.
ResponderExcluirPoeta, do gesto despojado, da palavra quase sempre áspera e dolorida, colhida do cotidiano, nunca do banal poeta de circunstâncias e desabafos intuitivos.
Álvaro Alves de Faria é o poeta lírico por excelência, o cotidiano é seu território mágico, de onde emergem suas mais profundas, trágicas e belas inspirações.
Deixo aqui, com a licença do poeta, um poema de uma beleza imensurável.
Poema extraído do livro "A Memória do Pai"
Quando se poe o sol no meu quintal
Vejo meu pai a mexer nas plantas
Com tal cuidado
Que ao leve toque nas folhas
Pede-lhas desculpas por talvez feri-las
Assim com mãos inesperadas.
Depois o sol se perde na terra
Com tal silêncio
Que me é possível
Compreender que o dia chegou ao fim
De tal maneira definitiva
Como se eu nunca houvesse notado
Salta-me então aos olhos
Um rio imenso a nascer junto às plantas
A formar oceanos
Com portos de partir
Como nunca ninguém viu
Nesse oceano de ir embora
Sem perceber.
Álvaro Alves de Faria